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domingo, maio 09, 2010

Mulheres na construção civil: em São José cursos que preparam para o setor tem cada vez mais alunas

Um desafio ao preconceito: dos mil matriculados, 200 são mulheres

Quando a gente contrata alguém pra fazer um serviço de elétrica ou hidráulica, a figura profissional é sempre de um homem. Mas essa realidade está mudando. A área da construção civil tem chamado cada vez mais a atenção das mulheres. Tanto que num curso de capacitação em São José dos Campos, "elas" já representam 20% da sala.

Credito: Reprodução / Rede Vanguarda Pelo menos nesse curso de desenhista copista de edificações, as mulheres são maioria. Alunas dedicadas, sentam na frente, perguntam, dão opinião... São todas donas-de-casa, algumas já tiveram outras profissões, mas agora querem entrar num mercado cada vez menos masculino.

“Estou cansada de ser cabeleireira, e eu sempre tive vontade de fazer desenho, acho interessante, eu gosto, acho bonito”, diz a aluna Rita Aparecida.

“O mercado pra mulher está bom, né? Vamos dizer que nessa função de desenhista copista elas vão estar trabalhando na área de plantas de casas, fazendo desenhos, cópias...”, explica o professor Edvaldo Rodrigues.

Credito: Reprodução / Rede Vanguarda Eles, que vão concorrer no setor, dizem que "tudo bem"... “Fica só vendo homem em obra, então tendo mulher também fica mais bonita a obra, né?”, brinca um aluno homem.

Beleza essa que ocupa 20% dos cursos preparatórios para a construção civil em São José dos Campos. O curso já está com todas as vagas preenchidas. Dos mil matriculados no programa "Gerando Oportunidade", 200 são mulheres.

A aluna Sandra Lisboa diz que as mulheres “são mais cuidadosas, e a visão delas também é diferente, vêem uma outra forma que os homens não vêem”.

Credito: Reprodução / Rede Vanguarda Elas desejam trabalhar, mas pretendem também ter mais independência em casa. Gilda Ramos não quer saber de depender de homens em tarefas domésticas. “Pretendo fazer outros cursos também como hidráulica, elétrica... você tendo esse conhecimento, se vira, né?”.

Desafiar preconceitos, buscar independência e por que não realizar sonhos como desenhar e construir a própria casa. A dona de casa Helen de Carvalho é mais um aluna do curso de desenhista copista. Assim que se formar, vai reformar e ampliar a casa. E, ao mesmo tempo, vai procurar uma vaga no mercado de trabalho: “Gosto muito dessa área, admiro quem trabalha nela, engenheiros, engenheiras em geral, vi essa chance e não podia perder. Vou desenhar uma casa nova, totalmente diferente dessa”, conta.

Credito: Reprodução / Rede Vanguarda Desafios que começam nos estudos, nas salas de aula ou na experiência mesmo. Há cinco anos, a construção civil deixou de ser um mistério para Silvia Oliveira. “Eu trabalho direitinho, depois que eu termino a obra lavo a casa, o quintal inteiro, deixo tudo limpinho. Quanto ao meu serviço, eu mesma não tenho o que reclamar!”, diz a pintora. E os clientes ficam muito satisfeitos.

A necessidade e uma oportunidade fizeram dessa mulher, que já foi frentista e até motoboy, uma pintora procurada e valorizada... mais do que muitos homens por aí. “Tanto é que tem mulher em obra, pegando pesado, pintura já é um serviço até mais leve, mas não quer dizer que é leve. O preconceito hoje em dia tem que acabar, porque todo mundo precisa trabalhar, e quem tem coragem não há serviço que apareça que não faça”, acredita Silvia.

Fonte: vnews