No início                            do século XIX, a expanSão da cultura cafeeira                            no Vale do Paraíba propiciou o aparecimento de                            diversos núcleos espontâneos de povoamento,                            entre os quais, Santa Cruz do Paiolinho, atual Redenção                            da Serra.
Iniciou-se quando o capitão-mor, Francisco Ferraz                            de Araújo, juntamente com sua mulher, Dona Francisca                            Galvão de França e numerosos escravos,                            cumprindo à ordem do Governador da Província,                            penetrou o sertão das Samambaias e ao encontrar                            o Rio Paraitinga, ali fixou residência e iniciou                            roças de milho e outros produtos agrícolas.                            Segundo diz a tradição, um de seus escravos                            faleceu ao construir o caminho que ia até sua                            casa, a uns 9 km. Neste local foi erguida uma cruz de                            madeira. Ao seu redor foi surgindo um povoado sendo                            o mesmo favorecido pelo capitão-mor, pois quando                            as pessoas iam até ele pedindo terras para cultivo,                            ele as cedia próximas à cruz. Logo surgiu                            ali uma capela. Este povoado recebeu o nome de Paiolinho                            devido ao fato de um dos moradores ter feito sua roça                            de linho e, depois das fibras secas, elas eram postas                            em um paiol (paiol-e-linho). O vigário Pe. José                            Grecco juntamente com uma comisSão de obras levantou                            nesta época sua Igreja Matriz.
O lugar, graças à cultura cafeeira, cresceu                            e foi elevado à categoria de Paz segundo a Lei                            Provincial nº 3, de 24 de março de 1860.                            Suas divisas com Taubaté foram demarcadas a 23                            de março de 1861. Com isso, Paiolinho progrediu                            mais acentuadamente. Os fazendeiros de café ergueram                            sobrados majestosos com longos beirais, janelas com                            arcadas e também casas térreas com uma                            arquitetura marcante.
A População cresceu e a produção                            agrícola apresentava boas safras, o que levou                            Paiolinho a ser elevada à categoria de município                            segundo Lei Provincial nº 33, de 8 de maio de 1877.                            O município possuía sede na povoação                            de paiolinho e seus territórios foram desmembrados                            do município de Taubaté, tendo sua instalação                            a 1º de dezembro do mesmo ano. Voltou à                            condição de distrito pela Lei nº                            6448 de 21 de maio de 1934 quando foi incorporado ao                            município pelo Decreto nº 7353 de 5 de julho                            de 1935 e a pertencer a comarca de Taubaté, sendo                            reinstalado a 1º de janeiro de 1936.
A necessidade ficar o quadro administrativo, territorial                            e judiciário do Estado de São Paulo, segundo                            o Decreto-Lei nº 14.334 de 30 de novembro de 1944,                            posto em vigor no qüinqüênio 1949-1953                            alterou seu nome para Redenção da Serra.                            Seu nome é devido ao fato do município                            ter libertado seus escravos primeiramente entre os municípios                            paulistas, a 10 de fevereiro de 1888.
Com isso, sendo o primeiro local paulista a libertar                            seus escravos, nada mais justo do que designá-lo                            com um nome que eternizasse o feito grandioso, assim                            surgiu o nome Redenção.
A construção da grande represa do Paraitinga,                            em ligação com Paraibuna ocorrida no começo                            da década de 70, obra necessária, porém                            de inusitadas implicações, determinou                            o desaparecimento de Natividade da Serra e Redenção                            da Serra.
Da velha Redenção da Serra, cheia de tradições                            e fatos históricos, uma parte bastante característica                            não será atingida pelas águas que                            invadem a parte baixa de sua topografia; é a                            situada na parte mais alta: a Igreja Matriz, o sobrado                            com sacadas de ferro que sediava a Prefeitura e outros                            poucos sobrados e residenciais da rua Capitão                            Alvim, que restaram como "memória urbana".
Entre 1976 e 1979 a População e a prefeitura                            lutaram pela preservação destes remanescentes                            de Redenção Velha, conseguindo entre outras                            coisas, um aterro e um muro erguido em torno da Igreja.                            A concluSão das obras de conservação                            foi feita pela CESP.
"Quando em 25 de agosto de 1974, o bravo povo redencense                            erguia numa colina o cruzeiro que simbolizaria o renascimento                            da cidade, uma página da História seria                            virada. Não era apenas uma cidade centenária                            que iria desaparecer, coberta pelas águas da                            represa da CESP, era uma nova a surgir".